O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin prepara o anúncio de sua saída do PSDB nas próximas semanas, com o objetivo de concorrer novamente ao executivo paulista. Ele teria convites de pelo menos 10 partidos, sendo DEM e PSD os que mais têm chances de tê-lo como filiado. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Alckmin perdeu espaço no PSDB desde que o atual governador de São Paulo, João Doria, de quem foi padrinho político ao estimular sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, em 2016, passou a dominar todas as instâncias partidárias. Segundo interlocutores, a meta do ex-governador é derrotar o grupo de Doria.
O mal-estar dentro da sigla tucana aumentou com o desempenho de Alckmin na última eleição, em 2018, quando concorreu à Presidência. O tucano conseguiu apenas 4,76% dos votos, em quarto lugar. Ele tinha uma aliança de oito partidos, incluindo os do Centrão, que lhe deram o maior tempo na TV.
O movimento para a saída dele é articulado com o ex-governador Márcio França (PSB), que tratou do tema com Alckmin. Sobre o DEM, aliados do tucano avaliaram que essa migração pode não ser boa, porque o diretório estadual da sigla, controlado pelo presidente da Câmara de São Paulo, Milton Leite, resiste à mudança.
No PSD, o ex-governador contaria com apoio de Gilberto Kassab. O partido, dono da quarta maior bancada na Câmara, é controlado com mão de ferro pelo ex-prefeito, que se afastou de Doria.
Existe a expectativa entre os partidos que Alckmin leve consigo alguns prefeitos da Grande São Paulo e do interior, o que fortaleceria o apoio na disputa pelo governo.
O ex-governador destacou que está afastado da política desde 2018 para se dedicar à medicina. Mas confirmou que voltará à vida pública. “Tirei esses dois anos depois da eleição presidencial para um período sabático. Então, mergulhei na medicina, fiz um curso de dois anos lá na faculdade de medicina da USP”, afirmou ao Estadão. “Mas pretendo voltar”.
Brasil 247