O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, declarou nesta sexta-feira (16) que o Brasil hoje utiliza menos da metade de sua capacidade diária de vacinação contra a Covid-19. E que, diante desse cenário, a prioridade da pasta é aumentar a demanda de doses de vacina para que toda a rede do país possa ser utilizada simultaneamente no combate à pandemia. Ele diz que, atualmente, o país está conseguindo imunizar quase um milhão de brasileiros por dia, mas que a capacidade nacional seria de 2,4 milhões por dia. Por causa disso, agilizar a produção nacional de doses, conseguir mais insumos da China e garantir a compra de mais vacinas prontas seriam as três frentes que a sua gestão iria se concentrar.
As informações do ministro foram dadas durante entrevista coletiva realizada no Hospital Universitário Lauro Wanderley, da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, na primeira visita de Queiroga a sua terra natal enquanto ministro. Mas, apesar de colocar o aumento da demanda como prioridade, não apresentou nenhum prognóstico.
“Não podemos assumir um compromisso de que dia tal vai haver tantas doses porque isso não depende só do Ministério da Saúde. Mas posso dizer que de forma diuturna estamos nos esforçando para aumentar a capacidade de vacinação do país”, frisou Marcelo Queiroga.
Ele explica que o Brasil tem atualmente 37 mil salas de vacinação espalhadas por todos os municípios brasileiros e que o desafio é colocar toda essa estrutura para funcionar simultaneamente. “Desde que consigamos o suporte de vacinas necessário, conseguiremos vacinar 2,4 milhões de brasileiros todos os dias. Poucos países conseguem isso”, prosseguiu.
Sobre as ações que o Ministério da Saúde vai executar para aumentar essa demanda, ele deu a entender que as duas primeiras frentes estão interligadas. Uma delas é aumentar a produção nacional. E, para isso, ele diz que vai pedir ajuda do Ministério das Relações Exteriores para atuar junto à Embaixada da China com o objetivo de acelerar o envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para o Brasil.
Essa seria, aliás a maior das dificuldades brasileiras por ora para acelerar um processo de vacinação que, ao menos segundo Marcelo Queiroga, não vem sofrendo atrasos. “O Brasil é o quinto país do mundo em distribuição de vacinas. Então não tem essa história de atraso na vacinação. O que há é a dificuldade do envio dos insumos da China para cá”, defendeu.
Já com relação à aquisição de vacinas já prontas, ele se volta principalmente para a farmacêutica Pfizer e para a promessa de adquirir 100 milhões de doses de vacina oriundas da empresa. Dessas, 15 milhões chegariam já nos próximos três meses.
Ele voltou a defender também a atuação do Ministério das Relações Exteriores. Dessa vez, para dialogar com países como Estados Unidos, China, Índia e Reino Unido. Todos eles países fabricantes de diferentes vacinas.
Sobre a demanda do chamado kit intubação, que está em falta em muitos dos estados brasileiros, o ministro Marcelo Queiroga disse que o Ministério da Saúde fez uma parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que haja um controle dos estoques da indústria farmacêutica. O objetivo, assim, é mediar a concorrência existente entre os sistemas privado e público de saúde.
“O papel do Ministério da Saúde é garantir que os medicamentos cheguem tanto nos pequenos municípios como nos grandes hospitais. Se não fizermos isso, os grandes hospitais fazem estoque e as pequenas cidades ficam desassistidas”, resumiu.
G1