O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) retornou às atividades parlamentares nesta quinta-feira (18), após uma licença de 121 dias para tratar de assuntos particulares. O parlamentar foi flagrado pela Polícia Federal, em outubro, tentando esconder R$ 33 mil na cueca durante operação.
Em um post em rede social, nesta quinta, o senador disse ter encaminhado uma carta aos colegas com explicações sobre o ocorrido. No documento, Rodrigues nega irregularidades e diz que agiu dominado “pelo pânico e pelo medo”.
“Confesso que, num dado momento, em meio ao transtorno, fiquei mesmo em dúvida se se tratava de uma operação policial ou de ação de uma quadrilha especializada. Estava dominado pelo pânico e pelo medo. Por aquele momento de desespero, quero pedir desculpas a todos se não consegui manter o comportamento de equilíbrio mais adequado. Poderia ter tido uma reação psicológica melhor? Certamente”, diz o parlamentar na carta.
O prazo de afastamento terminou nesta quinta e o nome de Chico Rodrigues já aparece no site do Senado na lista dos parlamentares em exercício. Apesar de a licença ter superado os 120 dias, o suplente de Rodrigues no cargo – Pedro Arthur Ferreira Rodrigues, filho do parlamentar – não chegou a assumir o mandato.
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Chico Rodrigues, flagrado com dinheiro na cueca, cumpriu licença de 121 dias; relembre o caso
O caso de Chico Rodrigues nunca chegou a ser analisado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado – que se reuniu pela última vez em setembro de 2019.
A operação da PF foi autorizada pela Justiça como parte de uma investigação sobre supostos desvios de recursos públicos em Roraima. Na época, Rodrigues era vice-líder do governo no Senado. Ele negou irregularidades e disse que o dinheiro na cueca seria usado para pagar funcionários. Na carta aos colegas, Chico reitera essa versão.
‘Enorme padecimento’
Na carta endereçada aos senadores, Chico Rodrigues diz que reassume o mandato após “um período de enorme padecimento pessoal, familiar e político”. O político conta que recorreu a remédios psiquiátricos, ao apoio de familiares e à religião.
Sobre a operação da PF, Rodrigues disse que “subitamente”, em uma certa manhã, viu-se com sua casa “invadida”. “Nenhuma pessoa idônea que não possua mentalidade, vocação ou prática criminosa está preparada para situação como a que vivi”, relata o parlamentar.
“Posso ser criticado por diversos motivos, mas o que é fundamental, do ponto de vista do interesse público e da sociedade, é que não cometi nenhum ato ilícito, nenhuma ação desabonadora, nenhuma prática ilegal”, acrescenta Rodrigues.
Ele diz também que a “humilhação” que sofreu já é uma punição “severa” antes do julgamento e que tem certeza de que será inocentado.
Em sua defesa, Chico diz que não se beneficiou de parcelas de emendas que destinou ao estado de Roraima para combate à Covid-19.
G1