Deputados ligados à cúpula da Câmara que tentam costurar um acordo para tirar Daniel Silveira (PSL-RJ) da prisão enviaram um recado ao parlamentar, que segue detido na Superintendência da Polícia Federal no Rio desde a noite de terça-feira após insultar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em vídeo. Silveira deixaria a prisão em troca de, assim que for liberado, licenciar-se do cargo até o Conselho de Ética da Câmara decidir qual punição lhe será aplicada. Além disso, os interlocutores informaram a Silveira que não poderiam absolvê-lo diante da repercussão do caso, mas trabalhar para que ele seja apenas suspenso, sem ter o diploma de deputado cassado. Todo esse processo custaria ao parlamentar cerca de seis meses de mandato.
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A proposta foi levada a Silveira durante visitas que recebeu de políticos nesta quarta-feira. O deputado, contudo, não se mostrou entusiasmado com a oferta, argumentando que o prazo seria longo demais.
De acordo com um dos interlocutores que o visitou, Silveira respondeu, acompanhado de seu advogado, que “toparia um mês” longe das atividades legislativas ou “um pouco mais que isso”. O mesmo aliado aconselhou Silveira a aceitar a proposta, tendo em vista que, diante de uma possível cassação, a suspensão “seria lucro”.
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Silveira também se mostrou decepcionado com o fato de a Câmara não ter pautado, ainda ontem, a votação que poderia soltá-lo. O deputado não esperava ter que passar mais de um dia preso na PF e, preocupado, perguntou se chegaria a ser transferido para o sistema penitenciário. Silveira também quis saber como seria feita a audiência de custódia nesta quinta-feira e a qual juiz iria se apresentar.
Ainda hoje haverá reunião de líderes partidários e a audiência de custódia. Há também a expectativa de que o plenário da Casa avalie se mantém ou revoga a detenção de Silveira.
Políticos que conhecem Silveira afirmam que ele substituiu o tom descontraído habitual pelo ar apreensivo, consciente da gravidade que o caso tomou e da dificuldade que poderá enfrentar na votação da Câmara que poderá definir sua soltura ou permanência na prisão.
O Globo