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DENÚNCIAS: Sucateamento, demissão forçada e redução salarial estariam acontecendo em faculdade particular da Capital; diretoria nega

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Sucateamento da instituição, demissão indireta forçada de docentes, redução de carga horária e de salários. Essas são as principais denúncias recebidas pelo portal ClickPB referentes a Faculdade Internacional da Paraíba (FPB), em João Pessoa, que faz parte do Grupo Laureate. A instituição entrou em processo de venda no ano passado e no momento está em processo de transição. Além dela, outra unidade de educação do mesmo grupo, a Universidade Potiguar (UNP), da Capital do Rio Grande do Norte, Natal, está sendo vendida.

Segundo as reclamações recebidas, a UNP, que ainda é a principal responsável pela FPB, que será adquirida pela Grupo Ânima Educação, de São Paulo, está sucateando a Faculdade Internacional da Paraíba, que deve ser adquirida pelo Grupo SER Educacional. Nesse semestre, a UNP transferiu várias disciplinas da FPB para sua administração, ou seja, docentes de Natal assumiram as componentes curriculares e dariam aulas para os estudantes da Capital paraibana. Muitos dos docentes teriam sido informados dessa mudança apenas na terça-feira (02). Alguns deles tiveram uma redução drástica de 80% da carga horária de aulas.

No local, há professores que recebiam quase R$ 4 mil por 30 horas-aulas e ficaram apenas com 3 ou 4 horas, recebendo menos de R$ 400 por mês. E o mais grave, outros professores ficaram sem carga horária e não serão pagos no semestre. Com isso, professores estariam sofrendo pressão para aceitar uma demissão indireta forçada. A instituição repassou aos funcionários que não demitiriam, mas também não pagariam as remunerações no fim do mês.

De acordo ainda com as denúncias, 83% das disciplinas da FPB ficaram com os docentes de Natal, enquanto para os docentes de João Pessoa, apenas 17%. Isso significa que os professores de Natal irão dar aulas para os alunos de João Pessoa. As pessoas que denunciaram ao portal acreditam que irá ocorrer uma evasão de alunos ‘gigantesca’. A UNP estaria se aproveitando do período de pandemia, já que as instituições de educação estão ofertando atividades remotas, para diminuir o número de docentes da FPB.

O caso já foi denunciado ao Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadores em Ensino Privado da Paraíba que já requisitou, em um prazo de oito dias, a lista das disciplinas e professores da instituição FPB nos últimos três semestres, além de professores de fora que estão trabalhando na instituição. O Ministério Público do Trabalho também foi acionado e a instituição que anunciou a compra da FPB.

O Grupo Laureate tem duas instituições: FPB, em João Pessoa, e UNP, em Natal. As duas estão em processo de venda. A primeira teria sido adquirida pelo Grupo SER Educacional e a segunda Ânima de São Paulo. Como ainda está em processo de transição de venda, os denunciantes informaram que a UNP, que comanda a FPB, estaria promovendo o sucateamento, ou seja, levando o lado positivo da instituição e deixando a parte como dívidas para o outro grupo.

“Eles [UNP] fizeram disciplinas sinérgicas da mesma forma. No entanto, essas disciplinas sinérgicas são entre os alunos de Natal e de João Pessoa, o que não pode acontecer. Estão pegando o ativo dos alunos daqui, juntando com os de lá, para que, quando o Grupo Anima assumir, tenha a melhor parte e que digam que ‘mesmo com a pandemia, cresceram tantos porcentos’. Por mais de que ponto visto contábil seja correto, do ponto de vista legal não é. Porque vai deixar apenas o passivo, ou seja, as dívidas, problemas para o grupo SER quando assumir. A SER vai assumir as dívidas dos professores”, revelou um dos denunciantes.

Já houve, no início da pandemia, demissão em massa de coordenadores. por conta disso, 19 cursos se concentraram para um único coordenador. No local, já tinha disciplinas de núcleo comum, que são as disciplinas sinérgicas – que são várias turmas juntas para um único professor. Isso é uma prática considerada incorreta, mas que do ponto de vista econômico praticado.

Sem resposta

A reportagem do ClickPB entrou em contato com as duas faculdades (FPB e UNP) citadas na matéria, mas os contatos telefônicos não foram atendidos. Além delas, a reportagem ainda entrou em contato com o Grupo SER Educacional que teria anunciado a compra da FPB. A instituição confirmou a compra e que está em processo de transição. “Conforme fato relevante publicado pela Ser Educacional, a referida IES teve a opção de compra exercida por nós e, nesse momento, a transação está em estágio de negociação do contrato de compra e venda. Se quando acontecer a conclusão das negociações, nós faremos um novo comunicado ao mercado”, diz o comunicado. Sobre as denúncias, informou que não pode responder por não ter gestão ainda do empreendimento.

A Faculdade Internacional da Paraíba (FPB) entrou em contato com o ClickPB nesta quinta-feira (4) e emitiu uma nota de esclarecimento.

Confira abaixo, na íntegra:

Nota de esclarecimento

Em virtude de notícia veiculada nesta quinta-feira (04), a Faculdade Internacional da Paraíba (FPB) esclarece que os dados sobre a gestão do corpo docente citados pela reportagem não correspondem à realidade. Toda e qualquer movimentação realizada no corpo docente da instituição acontece de forma cíclica, nos períodos apropriados em função do calendário acadêmico.

Em 2020, a Instituição adotou um formato inovador de aulas, o qual possibilita a integração entre turmas diferentes em ambientes virtuais. Reiteramos, ainda, que o formato de turmas sinérgicas não possui nenhuma relação com eventuais transações com outros grupos educacionais.

A FPB ressalta o seu comprometimento com a qualidade da educação, ratifica o compromisso com o aprimoramento acadêmico e o respeito aos seus docentes, empenhando-se para seguir firme com o seu propósito de transformar vidas por meio da educação. Acrescenta, no mais, que apesar de as instituições de ensino citadas pertencerem ao mesmo grupo educacional, permanecem autônomas.”

 

Click PB

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