Quem assistiu ao debate promovido pela TV Master, na noite desta segunda-feira (23), viu quase uma repetição dos últimos confrontos públicos entre os dois candidatos em disputa pela Prefeitura de João Pessoa, nesse segundo turno das eleições municipais. Em diversos momentos, Cícero Lucena (Progressistas) e Nilvan Ferreira (MDB) priorizaram a troca de acusações, invés da apresentação de propostas. E o programa, conduzido de maneira impecável pelo jornalista e multimídia Alex Filho, terminou sem apresentar grandes novidades ao eleitor.
De um lado, Cícero Lucena defendeu durante todo o programa a experiência pública-administrativa que carrega por já ter sido prefeito por dois mandatos, governador do Estado e ministro, e se apresentou como um gestor ‘sério e comprometido’ com a cidade e a população. A todo momento, ele tentou impor ao adversário a pecha de político desonesto, envolvido em “esquema de falsificação”, citando processo envolvendo antigas lojas de roupas de Nilvan Ferreira, e de “manipulador” da opinião pública, pelo trabalho do emedebista como comunicador.
Do outro lado, Nilvan Ferreira, se apresentou como o ‘novo’ para governar João Pessoa. Um político que não esteve envolvido em escândalos de corrupção, e que tem ideias e projetos voltados para a melhoria da cidade, que conhece a realidade da cidade e da população de perto, por meio do seu trabalho de 12 anos na comunicação popular local. Ele tentou desqualificar o candidato adversário citando como ficha suja, pelo envolvimento com a Operação Confraria e outros processos.
O debate envolveu confrontos com temas variados, a exemplo da possibilidade de ‘lockdown’ na cidade para conter o avanço da Covid-19; o fortalecimento da economia no período pós-pandemia; a melhoria da saúde pública; a política habitacional e construção de novas casas; a valorização da educação; o fortalecimento do turismo; a ação social; e a mobilidade urbana.
Ainda durante os confrontos, os candidatos trocaram acusações pesadas. Cícero Lucena acusou Nilvan Ferreira de “bancar familiares” com o recebimento de vantagens remuneradas por parte de prefeituras de média e pequeno porte da Paraíba, o chamado ‘toco’, nome popularmente dado a uma espécie de pagamentos extra aos profissionais da imprensa. Já Nilvan provocou o progressista perguntando se ele votaria em um candidato que já foi preso por corrupção, citando a prisão de Cícero Lucena na fase inicial da Operação Confraria.
Em outro trecho, Cícero Lucena acusou o adversário de ser o representante da velha política, e relatou os apoios recebidos por Nilvan Ferreira por parte dos ex-governadores Cássio Cunha Lima (PSDB) e Zé Maranhão (MDB). Já Nilvan rebateu, e acusou Cícero Lucena de ser o candidato de pessoas envolvidas com a corrupção, e citou a Operação Calvário.
Nilvan Ferreira ainda criticou Cícero por entregar apartamentos de 20 metros quadrados e sem reboco, enquanto prefeito, na comunidade ‘Torre de Babel.’ Já o progressista disse que aquela foi uma medida emergencial, realizada antes do programa Minha Casa, Minha Vida, e disse que vai construir 11 mil casas.
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