O economista-chefe do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, disse para o Estadão que o crescimento brasileiro não se sustenta:
“Primeiro, estamos falando de um repique inicial depois de bater no fundo. Por outro lado, tivemos um trampolim fiscal que elevou o repique. Chega um ponto em que essa energia acaba e os números começam a ser mais moderados. O que a gente sabe sobre a trajetória da economia brasileira nos últimos anos é que é de baixo crescimento, baixo investimento e baixa produtividade. Essa realidade me parece que não mudou. Vai chegar um ponto em que vai convergir para a realidade de crescimento do país, que é relativamente baixo. Do ponto de vista fiscal, a gente não faz o que quer, mas sim o que pode.”
Ele disse também:
“Os riscos de um downgrade do rating do Brasil estão maiores porque os rastros de endividamento público pioraram bastante. E, se as reformas não avançam, começam a aparecer dúvidas quanto à solvência fiscal de médio e longo prazos. Essa inquietação com a solvência fiscal mina o crescimento porque leva os juros de longo prazo a taxas mais altas e os indicadores de confiança se deterioram.”
O Antagonista