Ex-aliado do governo, o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) entregará nesta terça-feira ao Congresso Nacional um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. A argumentação é que ele não poderia ter apoiado as manifestações de domingo, que tinham como alvo principais o próprio Congresso e o STF.
Ao Valor Econômico, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que não acredita que os parlamentares levem adiante um processo desta natureza. Ele acrescentou que acredita que é isso que o governo quer.
Na terça-feira (10), Frota protocolou outro pedido contra Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Neste pedido, ele exige que o presidente apresente as provas que disse ter de que as eleições de 2018 foram fraudadas para prejudicá-lo (apesar de ter sido eleito).
Outra ex-aliada que também defendeu o afastamento de Jair foi a deputada estadual, Janaína Paschoal (PSL-SP). Em discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo, Janaína disse que o que Bolsonaro fez [indo às manifestações de rua mesmo sob suspeita de estar com o novo Coronavírus e incentivar à população a fazer o mesmo] foi “inadmissível, injustificável, indefensável, um crime contra a saúde pública. Esse senhor tem que sair da Presidência da República”, declarou.
Para ela, porém, não há “tempo para um processo de impeachment”. “As autoridades têm de se unir e pedir para ele [Bolsonaro] se afastar”. Janaína foi peça fundamental na confecção do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Valor