O prefeito Marcelo Crivella foi hostilizado por moradores do bairro do Barata, em Realengo, na segunda-feira (02), quando visitava o local, que foi duramente castigado pelo temporal. um morador chegou a arremessar uma bola de lama no rosto do prefeito quando ele dava uma entrevista para a imprensa. Desde o início, o prefeito ouviu reclamações de moradores, mas os ânimos se acirraram após ele afirmar que grande parte da população é a culpada.
— A culpa é de grande parte da população, que joga lixo nos rios frequentemente — afirmou Crivella, que repetiu essa frase várias vezes durante a entrevista. — Chuva no Rio é sempre um problema, mas o pior é o lixo. Temos excesso de lixo nos rios, bueiros e encostas, e, quando vem a chuva, tudo desce. As chuvas são um problema, mas dessa vez nem foram as piores que enfrentamos.
Durante a entrevista, um morador pegou uma bolinha de lama e arremessou no prefeito. A lama acertou o lado esquerdo do rosto de Crivella, que ficou com a testa suja de terra, assim como sua jaqueta. Seguranças ainda tentaram cobrir o prefeito com um guarda-chuva, mas ele recusou.
Prefeito minimiza obras irregulares em encostas
O prefeito justificou a demora no atendimento àquele local pelos carros abandonados que estavam na calha do Rio Grande. Eram oito, e a prefeitura já retirou quatro, o que atrasou a chegada da Comlurb, Rio Águas e Secretaria municipal de Conservação, segundo Crivella. Em relação aos mortos, ele respondeu que a prefeitura está prestando atendimento às famílias, assim como aos 600 desabrigados.
Questionado sobre as obras irregulares em encostas, o prefeito minimizou o problema. E novamente culpou o excesso de lixo.
— Temos que agir preventivamente para não jogar lixo nas encostas. Olha a grande quantidade, esse é o problema. Se não jogarem lixo no bueiro e na beira dos rios, melhora — afirmou Crivella, que culpou ainda a judicialização dos casos de demolições de construções. — As obras irregulares estamos tentando, amanhã vamos derrubar série de prédios na Muzema, o que a justiça não permitia.
O Globo