A Prefeitura de Campina Grande parece tentar vencer pelo cansaço os servidores da saúde do município, que desde o ano passado lutam ininterruptamente para tentar solucionar os graves e antigos problemas que afetam a categoria. Mas, apesar da falta de compromisso da gestão, que chega a anunciar propostas, mas não cumpre uma sequer, os trabalhadores seguem firmes e mais uma vez lotaram a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para lutar pelos seus direitos, nessa quarta-feira, 12.
A mobilização integrou o calendário semanal de paralisações pré-definido em assmbleia, que esta semana continua até esta quinta-feira, 13. Houve protesto pacífico e os efetivos percorreram salas da sede e interromperam o trânsito na frente da SMS por cinco minutos, ao som de muito frevo, comandado pela Orquestra Jovem de Frevo de Campina Grande, já que cultura também é resistência, como lembrou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste e Borborema (Sintab), Giovanni Freire. Ele anunciou que as paralisações continuam, em decorrência do descaso, nos dias 18, 19 e 20, sendo este último, também com manifestação, novamente na SMS, a partir das 9h.
Durante o ato desta quinta, o presidente Giovanni lembrou que entre as promessas não cumpridas, assumidas inclusive por meio de documento, está o pagamento do benefício referente ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (Pmaq), anunciado para esta segunda-feira, 10, mas que não foi efetuado até o momento.
“Há muito tempo não se cumpre nem o que se fala nem o que se coloca no papel, nesta gestão. O pagamento desta verba entra regularmente nas contas do município e a gestão municipal ainda não pagou nenhum servidor. Não há um único cumprimento das nossas pautas, daquilo que já está negociado e que foi apresentado à categoria em documento”, detalhou.
Ele frisou que não houve ainda a nomeação da portaria com os nomes da comissão de avaliação dos Planos de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) para agentes de combate às endemias (ACE), agentes comunitários de saúde (ACS) e demais profissionais da saúde. “Se depender da gestão municipal, as semanas passam, as paralisações continuam, mas não há nenhum cumprimento daquilo que foi proposto pela própria Secretaria de Saúde, através de documento. O PCCR é lei no município, o reajuste do piso nacional dos agentes é lei federal e também é lei neste município e também não é cumprido, além das condições de trabalho que continuam precárias. Está difícil esta negociação e mais difícil ainda para o trabalhador carregar este prejuízo”, completou.
Giovanni destacou ainda que os servidores do município, neste caso de todas as categorias, sofreram mais um duro golpe no final de 2019. “No final do ano passado a Câmara Municipal votou e aprovou, sem chance de debate com os trabalhadores, a proposta da reforma na previdência do município para o aumento na alíquota previdenciária de 11% para 14%”, afirmou.
Para o diretor de Comunicação do Sintab, Napoleão Maracajá, é preciso seguir firme na luta.
“Este é governo é o governo da mentira, que não respeita o plano de cargos, que não respeita piso, que não respeita o trabalhador. Nós estamos aqui mais uma vez para que a população tenha ciência do que acontece em Campina Grande, sobre uma gestão que não tem autoridade moral porque não cumpre o que promete. Estamos aqui também para trazer o ânimo, a esperança da luta, da força que os trabalhadores têm quando se unem. Vamos seguir, não falta dinheiro, falta responsabilidade”, disse.
Relembre aqui os detalhes do documento enviado pela Secretaria de Saúde com as propostas de negociação com a categoria, até agora descumpridas totalmente.