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CONTRA DOUTRINAÇÃO: Vereadores defendem direito de parlamentares da CMJP fiscalizarem escolas

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Preocupados com práticas pedagógicas implementadas em escolas da Capital, os vereadores Eliza Virgínia (PP) e Carlão (DC) discursaram, na tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), durante a sessão ordinária desta manhã de terça-feira (27). Ao repudiar conteúdos transversais com temáticas como o feminismo e discussão de gênero, Eliza Virgínia sugeriu haver uma tentativa de doutrinação em unidades de ensino da cidade. Dialogando com o assunto, Carlão defendeu o direito de vereadores realizarem fiscalização nos espaços públicos municipais.

Ao exibir um vídeo de uma esquete teatral, dentro de sala de aula, na qual um estudante passeia com uma bandeira LGBTQ, Eliza Virgínia comunicou ter recebido denúncias referentes às práticas pedagógicas inseridas em várias escolas de João Pessoa.

“O comportamento de alguém pode mudar de acordo com o meio em que ele vive. A manipulação de crianças e adolescentes faz um aparelhamento ideológico intencional, estimulando-se, por exemplo, a homossexualidade travestida de luta contra a homofobia. Em um vídeo, observa-se uma esquete com um aluno ‘saindo do armário’. Já recebi imagens com estudantes em dança erótica, ou a denúncia de que alunas estão usando tiaras com o símbolo da maconha”, afirmou a vereadora.

Segundo a parlamentar, os grêmios estudantis estão virando partidos políticos, as escolas estão expondo cartazes com frases feministas nos corredores e realizando concurso de redação com temática sobre sexualidade. “A gente não pode permitir que se crie uma cultura de doutrinação sistemática. O movimento ‘Escola sem Partido’ está aí para isso, e lutarei sempre pela ideia difundida por ele. Não podemos deixar que professores e coordenadores pedagógicos usem a presença dos alunos para incutirem seus ideais”, defendeu Eliza Virgínia, cobrando o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) das escolas.

Concordando com a vereadora, Carlão frisou que foi procurado por pais de estudantes preocupados com algumas práticas realizadas no ambiente escolar. “Não queremos desmerecer profissionais e educadores, mas está sendo desenvolvida uma política esquerdista nas escolas. Nas apresentações, havia cunho ideológico. Disseram que os vereadores desta Casa invadiram escolas e perturbaram a ordem natural das aulas, no entanto, será que não temos o trabalho de fiscalizar e visitar escolas? A Frente Parlamentar da Educação não tem o direito de ir a esses locais e saber o que acontece dentro deles?”, questionou o parlamentar, enfatizando que um vereador não deveria ser visto como invasor.

Apartes

Em aparte, Marcos Henriques (PT) pediu mais cuidado dos parlamentares para que não haja exposição indevida de cidadãos a partir de vídeos exibidos em plenário. Tibério Limeira (PSB) citou que o papel dos vereadores não seria ficar tutelando quem quer que seja. “Abordar estudantes e professores não é nossa função”, sugeriu. Por sua vez, Sandra Marrocos (PSB) evidenciou que, mesmo enfrentando qualquer conflito na infância ou adolescência, “ninguém aprende a ser gay ou lésbica”.

Finalizando o debate, Lucas de Brito (PV) reforçou a prerrogativa de um vereador eleito, de ingressar em qualquer espaço público do município para cumprir suas funções legislativas. “É direito do vereador promover, perante quaisquer autoridades da administração municipal, o interesse público e coletivo das comunidades representadas, com livre acesso”, complementou Bruno Farias (PPS), citando o artigo 133 do Regimento Interno da Câmara.

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