Após o Ministério da Educação (MEC) anunciar cortes de 30% no repasse às universidades e institutos federais, diversas instituições constataram bloqueio de valores em suas contas. Na Paraíba não foi diferente. A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) sofreu um corte de verbas no valor de R$ 44 milhões de reais. Já a Universidade Federal de Campina Grande reduziu R$ 27 milhões de reais do seu orçamento, enquanto o Instituto Federal da Paraíba (IFPB) perdeu R$ 20 milhões de reais.
A deputada estadual Cida Ramos (PSB), reforçou a necessidade da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) discutir a medida imposta pelo Governo Federal. A parlamentar considerou uma ação abrupta e irresponsável que tenta inviabilizar o pleno funcionamento das universidades.
“Na contramão de diversas potências que investem alto no ensino superior e na ciência, o Brasil retrocede através de cortes profundos nos investimentos. Nossa UFPB é hoje a 12ª instituição na América do Sul que mais produz pesquisas na área das Ciências Naturais. Por isso choca saber que, com o corte de verbas anunciado pelo MEC, a universidade só aguenta funcionar até no máximo outubro. Não podemos assistir inertes a mais um grave desmonte, por isso proponho um amplo movimento da sociedade paraibana em defesa da educação”, alertou.
A deputada pediu a união dos parlamentares na defesa do sistema de ensino universitário, tendo em vista que o deputado Ricardo Barbosa (PSB) e Estela Bezerra (PSB), também demostraram interesse em pautar a temática. “Considero fundamental que esta Casa possa debater esse grave retrocesso às nossas instituições públicas. Os deputados e deputadas da Paraíba precisam se posicionar contrários ao corte de verbas que busca asfixiar o ensino público e de qualidade”. O presidente da ALPB, Adriano Galdino (PSB), assegurou que a mesa realizará, na próxima quarta-feira (15), uma Audiência Pública para discutir a redução dos investimentos.
Professora Doutora da UFPB, Cida afirmou que entre 2015 e 2018, o Governo promoveu a redução de investimentos na educação em 56%. “O orçamento do MEC em 2014 era de R$ 39,2 bilhões, em 2018 foi de 33,4 bilhões. Houve, portanto, uma queda de 15% no orçamento. Ou seja, as universidades já estão trabalhando no vermelho. Com essa nova medida, o pleno funcionamento das instituições se inviabiliza. A universidade não terá dinheiro para honrar o pagamento de água, energia, telefone e trabalhadores terceirizados. Esse movimento anticiência elevará também as aviltantes taxas de desemprego no país. Nós não permitiremos a destruição das universidades públicas”, finalizou.