O novo governador João Azevedo fechou o primeiro mês de governo com um balanço nada lisonjeiro: estouraram dois graves escândalos dentro da estrutura pública do
Estado e sobreveio uma derrota acachapante na disputa para composição da Mesa-Diretora da Assembleia.
Os dois escândalos são os que revelaram desvios de recursos do programa Gol de Placa (Operação Cartola) e dos contratos de gestão de hospitais pela organização Cruz
Vermelha (Operação Calvário).
Ambos os escândalos são graves.
Embora o governo use sua força para tentar controlar as informações, a Folha de São Paulo revelou dados incontestáveis que mostram o uso indevido do programa Gol de Placa e indícios de desvios de grande volume de recursos. Existem também evidências de envolvimento de importantes auxiliares e aliados do governo.
No caso da Operação Calvário, a situação é muito mais grave. Investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro constataram operações de entrega de caixas de
dinheiro a auxiliares de dois dos mais importantes secretários do governo – Livânia Farias
(Administração) e Waldson Sousa (Planejamento e coordenador da campanha eleitoral do governador João Azevedo), além de outras graves práticas com indícios de crime.
Pateticamente, nos dois casos, o governador João Azevedo apenas tentou tapar alguns suspiros para evitar que fedentina exarada pelos escândalos inunde toda a Paraíba
de forma mais rápida.
Os fatos negativos parecem ter abalado o novo governo. A questão que se apresenta agora é identificar se os escândalos e a derrota na Assembleia vão desestabilizar e atrapalhar a gestão ainda mais.
O governador João Azevedo e todos os aliados continuam fazendo questão de manter o discurso da campanha de que o governo é de continuidade e que segue rigorosamente tudo que foi pregado e feito pelo ex-governador Ricardo Coutinho. Por isso, não pode simplesmente se livrar dos problemas.
Aí entra em campo outra questão: e em que grau os escândalos e a derrota na Assembleia vão para a contra do ex-governador Ricardo Coutinho? Aconteça o que acontecer, não há como negar que o mês de janeiro de 2019 foi muito ruim para o governador João Azevedo e, por tabela, para o ex-governador Ricardo
Coutinho. Afinal, os dois são profundamente imbicados.
Bastidores da Política PB