O governador Ricardo Coutinho (PSB), concedeu entrevista na tarde desta terça-feira (19), ao programa Rádio Verdade, da Arapuan FM 95,3.
Em sua fala, o socialista fez o balanço de mais um ano à frente do governo do estado, comentando sobre a próxima corrida eleitoral e falando sobre as disputas políticas na Paraíba além de tratar de assunto como segurança e os sequestros financeiros sofridos pelo estado.
Ricardo avaliou que a responsabilidade pela Segurança Pública em sua grande parte é da União, já que a entrada de materiais ilícitos se dá pelas fronteiras e o crime aumenta conforme isso acontece “não tem esse negócio de dizer que Segurança é problema dos estados. É uma responsabilidade da União” colocou.
Quando questionado sobre o estudo divulgado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), “O Ministério Público e o Controle Externo da Atividade Policial” sobre o deficit de servidores nas delegacias o governador afirmou que o investimento vem sendo feito na tecnologia, de colocar policiamento na rua e culpou a União mais uma vez quanto ao investimento na segurança do estado. “Venho cobrando isso da União e já venho dizendo desde época da Presidenta Dilma que a União se esquiva em assumir sua responsabilidade ai o centro do crime que era no Sudeste se transfere para o Nordeste e ficou operando o crime pela internet e fica estendendo a sua condição. Porque na década de 80 o Nordeste tinha metade do percentual dos crimes contra a vida, e isso se inverteu, pegou policias desprevenidas.”
“É preciso compreender as limitações de qualquer poder público, e que muitas vezes fazem determinados levantamentos com uma visão e um olhar de dez anos atrás, vinte anos atrás. Não existe mais hoje posto fixo da Polícia Militar, isso ficou para trás, porque posto fixo não vale nada serve para o ‘caba’ está descansando acomodado. Hoje é fundamental é mobilidade e para se ter esse tipo de ação se tem gastos com combustível, viaturas você tem uma agregação de custos que antigamente não existia” pontuou.
Quanto a contratação o chefe de estado falou sobre a vontade do aumento de efetivo da PM e da importância de uma ampliação de monitoramento com uso da tecnologia. ” Evidentemente se eu pudesse tinha contratado mais ainda policiais, particularmente policiais militares, porque com policiais civis nos estamos com uma boa cobertura. O que é importante é ter recursos para a inteligência, e isso precisa de tecnologia e que uma grande contribuição, voltando aquela conversa, que a União podia dar era fazer com que os estados pudessem ampliar o horizonte do monitoramento por câmeras” explanou.
Ao tratar sobre a possível candidatura da vice-governadora ao pleito de chefe do estado nas eleições do ano que vem Ricardo falou sobre o respeito que existe entre eles, e acredita que a base do partido que ambos fazem parte é formada por apenas um candidato aproveitando para falar no seu candidato João Azevedo. “Eu sou uma pessoa que respeito a vice-governadora é uma pessoa de caráter, que cumpre com seu papel, não sei se vocês percebem mas eu praticamente deixei de ter reunião a Lígia cumpre isso, enfim eu não tenho nenhum problema com ela e acredito que ela também não tem comigo nunca perguntei mas, suponho, então eu acho que o PDT é um partido mas a gente compõe a mesma situação. Acho que o PDT tem todo direito de se colocar quanto candidatura mas eu creio que a tendencia natural é que acha uma convergência por vários interesses e que a gente venha apoiando uma candidatura importante para a Paraíba a candidatura de João Azevedo.”
Precatório foi outro tema abordado durante a entrevista quando foi questionado sobre os 5 milhões que teriam sido sequestrado pelo Tribunal de Justiça, e que de acordo com Joás De Brito possivelmente uma parte dessa quantia iria para beneficiar alguns Juízes do próprio Tribunal. ” Eu sei da minha responsabilidade de construir um ambiente adequado com todos os poderes eu lembro que assumi em 2011 e que a desembargadora era Maria de Fátima Bezerra, desembargadora com todo respeito e com todo direito é esposa de quem concorreu comigo, na primeira conversa que tivemos disse que tínhamos que olhar para frente e não temos o direito de ficar expondo qualquer tipo de divergência que na verdade pouco houve ou nunca houve. Durante todo esse período tivemos um crescimento exponencial dos duodécimos.”
Ainda sobre o tema o governador falou da importância do equilíbrio entre os poderes e da negativa da certidão para poder renegociar as dívidas do estado. “Eu tenho a noção exata da importância dos poderes, agora nenhum poder pode atentar contra o equilíbrio dos demais isso é muito perigoso. Não foram só esses sequestros que aconteceram, fora o precatório já sequestraram mais 10 milhões esse ano, hoje mais dois milhões e hoje negaram a certidão que o estado precisa para poder fazer a renegociação das dívidas que tem até essa semana apenas.”
“A renegociação das dívidas junto ao BNDS que é uma lei federal que todos os estados fizeram, o Tribunal de Justiça, negou a certidão negativa ao estado, com um detalhe de que o estado esta sendo penalizado com essa onda de sequestros porque não pode pagar janeiro, fevereiro e março. Havia uma liminar do desembargador, José Aurelio, que em função da condição critica das finanças nos permitiu suspender por seis meses os pagamentos e fizemos apenas por três e quando tivemos capacidade voltamos a pagar. E isso esta demandado na Justiça Federal e mesmo assim tivemos a negativa da certidão vai trazer para Paraíba um prejuízo enorme. Sendo um prejuízo de 10 milhões por mês” Concluiu.