Em primeiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais, Jair Bolsonaro (PSL) pretende participar de debates após se restabelecer do atentado que sofreu. Nesta segunda-feira (8), o candidato afirmou que passará por avaliação médica na quarta-feira.
“Eu acho que dá pra participar [de debates]. Estou me sentindo bem. Fiquei praticamente 20 dias meio alienado do mundo, mas estou me inteirando. Acho que debater com o PT não tem dificuldade. O que o PT fez em 13 anos, acredito que está vivo na memória de todo mundo. Não queremos a volta disso daí. Eu represento uma oposição”, disse em entrevista para a rádio Jovem Pan.
O capitão reformado criticou a estratégia de campanha de Fernando Haddad (PT)no primeiro turno no nordeste, região em que seu adversário o superou em todos os estados.
“Haddad esteve no nordeste, levou o terror pra lá dizendo que se eu fosse presidente extinguiria o Bolsa Família. Não podemos cortar o Bolsa Família porque seria uma desumanidade, mas usar esse programa como curral eleitoral aí não concordamos com isso”, afirmou.
Em outro momento, ele voltou a criticar o governo petista: “Flertamos demais com a esquerda ao longo dos últimos 20 anos. Está na hora de ir pro centro-direita e buscar solucionar nossos problemas. Problema seríssimos da nossa dívida interna. Fico com pena do Paulo Guedes. Ele é o responsável por tratar dessa política. Não é fácil. As cartas estão na mesa”.
Indagado sobre o mercado financeiro estar animado com o resultado que ele teve nas urnas e se Paulo Guedes terá espaço pra falar de suas propostas, Bolsonaro disse que a ideia é estar ao lado de Guedes.
“Quando ele falou de CPMF foi um ato falho dele, ninguém quer, não volta porque é um imposto injusto. Vi Alckmin candidato do PSDB, Geraldo Alckmin dar pancada em mim. Pedi pro Mourão ter cuidado com as palavras”, emendou.
Segundo o capitão da reserva, Guedes quer diminuir o número de impostos. “Da minha parte, não volta CPMF, porque acho que é imposto injusto”. Em sua conta do Twitter, Bolsonaro falou em “reduzir o número de ministérios, extinguir e privatizar estatais, combater fraudes no Bolsa-Família para que quem precise possa ter este amparo humanitário ampliado, descentralização do poder dando mais força econômica aos estados e municípios”.
Não posso virar “Jairzinho paz e amor”
Na entrevista para a Jovem Pan, Bolsonaro afirmou que não pode se transformar em “Jairzinho paz e amor” para tentar angariar mais votos no segundo turno, dizendo que vai se manter fiel a seus posicionamentos conservadores.
“Olha só, eu não posso virar o “Jairzinho Paz e Amor” e me violentar. Eu tenho que continuar sendo a mesma pessoa. É lógico que a gente usa sinônimos, de vez em quando eu falava palavrões, eu não falo mais”, afirmou.
O candidato do PSL afirmou, ainda, que está em negociações com parlamentares de diferentes partidos para montar uma base de apoio a seu eventual governo, uma vez que, segundo ele, não seria possível governar apenas com os parlamentares eleitos de sua própria legenda.
UOL