A queda de braço entre o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Fernando Catão, vai longe.
A cizânia entre os dois vem desde a suspensão do Programa Empreender, no final do ano passado, a pedido do conselheiro sob a alegação de que não estava sendo utilizado conforme o seu figurino legal, especialmente diante da falta de transparência durante o procedimento.
Conforme o governador, o conselheiro manipulou os dados do programa buscando criar um clima para um debate político criminalizando o Empreender.
“E isso eu não vou aceitar. Eu tenho que estar à altura do cargo que eu recebi do povo. Eu não recebi de nenhum parente, não“, rebateu.
Com a suspensão, o caso foi parar na Justiça e o programa voltou a funcionar, mas existem ações de investigação judicial eleitoral tramitando no Tribunal Regional Eleitoral, que solicitam a cassação do governador sob a acusação de abuso de Poder Econômico por conta da distribuição de linhas de créditos durante o período eleitoral em 2014.
O Conselheiro Fernando Catão é tio do senador Cássio Cunha Lima (PSDB), desafeto político do governador Ricardo Coutinho.
Recentemente, o governador disse que o conselheiro utiliza a Corte de Contas para fazer proselitismo político em favor de um setor da imprensa do Estado, ajudando a oposição atacar seu governo.
Os conselheiros consideram uma ofensa ao membro da Corte e emprestaram, desde o presidente do TCE, André Carlo Torres, solidariedade a Catão.
Nesta quinta-feira (27), durante a solenidade de entrega de uma Escola Técnica no Bairro do Conjunto Costa Silva, em João Pessoa, o governador voltou a criticar o TCE e não deu ainda por encerrada a crise instalada.
“Eles podem ser solidários com quem quiser, a mim pouco interessa. Eu falo a verdade. Eu estou dizendo que até setembro do ano passado nós entregamos 13, 4 milhões de crédito do Empreender e Catão sabe disso, mas ele pegou uma época em que o programa estava parado porque ele mesmo parou através de uma cautelar e nós tivemos que ir à Justiça”, disse.
Conforme o governador, o conselheiro manipulou os dados do programa buscando criar um clima para um debate político criminalizando o programa do governo do Estado.
“Se for comparado o período que eles queriam pra fazer campanha política partidária, é claro que aumentar 600% de atendimento, mas se comparar até setembro quando foi de treze milhões, este ano a liberação foi de apenas 10 milhões. Portanto, nós nem vamos poder liberar mais que o ano passado, até porque houve claramente uma manipulação”, acusou.
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