O candidato Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (19) que o PT já está no segundo turno com Fernando Haddad, mas o líder das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), não.
“A curva do candidato do PT é ascendente. A do Bolsonaro não. Ele já está no teto e deverá cair”, disse, em São Paulo após participar de evento da revista Veja.
Na véspera, pesquisa do Ibope mostrou que Haddad cresceu 11 pontos, isolando-se em segundo lugar. Bolsonaro permanece em primeiro.
Parte da intenção de voto no capitão reformado do Exército “não é dele, é anti-PT”, argumentou o tucano.
Os eleitores pretendem votar em Bolsonaro achando que ele poderá derrotar Haddad, mas “eu enxergo de maneira contrária”, assinalou Alckmin. “Ele é um passaporte para a volta do PT, o único que perde para o PT.”
Alckmin observou que 30% do voto espontâneo ainda está indefinido. “A campanha está em aberto. E está por ondas. Já teve a onda Marina, a onda Ciro, a onda Haddad. O que vale é a onda final”, disse.
Para atrair parte do eleitorado de direita que hoje está na órbita de Bolsonaro, o tucano tenta se colocar como único antipetista viável. Ele resolveu subir o tom dos ataques após ultimato do centrão na terça (18), como antecipado pela Folha.
Nessa linha, pintou um cenário “de escuridão” em caso de vitória tanto de Haddad quanto de Bolsonaro. “Nós vamos bater, vamos mostrar os dois equívocos que o Brasil pode trilhar”, afirmou no evento.
O candidato do PSL, classificou, “é um salto no escuro, uma coisa inimaginável, o retrato do corporativismo, um atraso”.
O tucano chamou de horrorizante a declaração de Hamilton Mourão, candidato a vice de Bolsonaro, sobre filhos criados por mães e avós supostamente serem desajustados.
“O camarada não merece nem comentário. As mulheres são heroínas. É uma ofensa às mães e avós. Mostra bem a cabeça dessas pessoas”, atacou.
Alckmin responsabilizou o PT. “O radicalismo do PT é que criou o extremismo do outro lado”, sustentou. “A responsável pelos 13 milhões de desempregados é a Dilma, quem aliás escolheu o Temer.”
“O PT é a escuridão. Um partido voltado ao poder, a si mesmo e a Lula”, criticou.
Sobre combate ao tráfico e crime organizado, disse que vai “comprar essa briga, entrar para valer”.
Alckmin negou que vá procurar Henrique Meirelles (MDB) e Alvaro Dias (Podemos), que fragmentam o eleitorado considerado de centro, para demovê-los de continuar na disputa. “Jamais geraríamos esse constrangimento”, rebateu.
O tucano afirmou que “de jeito nenhum” recriaria se eleito a CPMF, como sugeriu Paulo Guedes, economista de Bolsonaro, em declaração revelada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha.
“Vou reduzir a carga tributária”, prometeu. Ao defender ajuste nas contas públicas, o tucano criticou excessos e privilégios. “É a cultura da ‘otoridade’. Dinheiro público esbanjado para todo lado.”
Folha