A ONU alertou hoje (26) que atravessa uma situação financeira problemática por causa dos atrasos de muitos países-membros no pagamento das contribuições anuais.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, escreveu nesta quinta-feira uma carta aos funcionários da organização para explicar a situação e informar que está buscando fórmulas para reduzir as despesas que não sejam relacionadas ao pagamento de pessoal.
“Todos os anos as Nações Unidas sofrem carência de dinheiro ao longo do ano, mas 2018 está sendo pior do que nunca. Este ano, a seca está chegando antes e com mais força do que em outros anos”, disse o porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric.
Guterres escreveu também aos governos dos países-membros para pedir que eles façam suas contribuições o mais rápido possível. Até o momento, 112 dos 193 integrantes da ONU quitaram os valores correspondentes a 2018. Apenas 48 pagaram antes de 9 de fevereiro, data solicitada pela Assembleia-Geral.
Entre os que ainda não pagaram estão, como é habitual, os Estados Unidos, maior financiador da ONU, e que deve repassar neste ano mais de US$ 590 milhões à organização. Tradicionalmente, os americanos enviam o valor às Nações Unidas no fim do ano por questões orçamentárias locais.
A maior parte dos grandes contribuintes já fez o pagamento anual, casos de Japão, China, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Rússia, Canadá e Espanha. O Brasil ainda não desembolsou sua contribuição anual, de cerca de US$ 90 milhões.
Em dezembro do ano passado, os países-membros da ONU aprovaram um orçamento de US$ 5,39 bilhões para organização no biênio 2018-2019, um valor 5% menor do que os dos dois anos anteriores.
Muitas atividades da ONU são financiadas à margem desse valor, como as operações de paz, que só neste ano contam com um orçamento de US$ 6,7 bilhões.
Agência Brasil