O PSDB vai anunciar nesta quinta-feira, 9, o apoio à candidatura da senadora Simone Tebet (MDB) à Presidência com o senador Tasso Jereissati (CE) como vice da chapa. O acordo foi fechado nesta quarta-feira, 8, em reunião no gabinete do próprio Tasso. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Além de Tasso, os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, do MDB, Baleia Rossi, do Cidadania, Roberto Freire, o líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF), e o secretário-geral do PSDB, deputado Beto Pereira (MS), também participaram da reunião que sacramentou o acordo. Simone está com suspeita de covid e participou da reunião virtualmente – ela fará o teste nesta quinta.
O MDB gaúcho ainda não oficializou o apoio a Leite, mas deixou as portas abertas para uma composição no futuro próximo. Importantes líderes do MDB-RS, como o ex-senador José Fogaça e o ex-governador Germano Rigotto sinalizaram ser favoráveis a um acerto com o tucano.
O compromisso de entendimento futuro foi considerado suficiente pela cúpula tucana para avançar no apoio à pré-candidatura presidencial do MDB. A Executiva Nacional do PSDB vai se reunir às 11 horas desta quinta e deve confirmar a posição.
O apoio do MDB a candidatos do PSDB em Pernambuco, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul também havia sido incluído nas exigências tucanas, mas o próprio Bruno Araújo considerou o compromisso de acerto no Rio Grande do Sul como suficiente.
Construção da Terceira Via
A construção de uma chapa da terceira via foi marcada por vários atritos internos. O PSDB havia escolhido em novembro do ano passado o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) como pré-candidato a presidente. No entanto, o paulista foi forçado a desistir da empreitada em maio após pressão da cúpula do partido. A avaliação é que os altos índices de rejeição de Doria atrapalhariam o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que tenta a reeleição neste ano.
Mesmo tendo conquistado o apoio do PSDB, Simone Tebet não tem o apoio unânime do MDB. Uma ala do partido, sobretudo no Nordeste, quer apoiar Lula, e outra, concentrada no Sul, está com Bolsonaro. O próprio PSDB também tem uma ala que está próxima de Bolsonaro, e outra, mais ligada à velha-guarda, que dialoga com Lula.
Além de Doria, outros candidatos do campo da terceira via também ficaram pelo caminho. O ex-juiz Sérgio Moro (União) teve a candidatura abortada por caciques de sua própria legenda, que lançou o deputado Luciano Bivar, presidente da sigla, como candidato a presidente. Apesar disso, integrantes do União Brasil foram liberados para apoiar Bolsonaro.
O partido de Bivar chegou a compor as conversar com PSDB, MDB e Cidadania, mas saiu das negociações em maio, quando lançou Bivar.
Estadão